sábado, outubro 15, 2005

Ó sol

Onde andas tu, ó sol?
Onde te escondeste?
Desapareceste?

Ahhhhhhh
Já chegaste!
Ohhhhhhh
Não eras tu!
Ohhhhhhh
Afinal não voltaste!
Não és tu no seu todo,
É só um raio teu!

És um covarde, ó sol
És um mentiroso, ó sol
És um assassino, ó sol

Iluminas-me fortemente
Dias, semanas, meses
E depois, estranhamente
Foges, desapareces...
(Será que enlouqueces?)

Leva esse teu raio
Não preciso dele
Não confio nele
Nem em ti!
Quero ficar aqui
Só com a lua
Essa, conheço-a bem
Não mente,
Não engana
Vai e volta
Em todo o seu esplendor
Os seus raios
Os seus reflexos
São melhores que tu
Ó sol
Seu bandido
Seu foragido
Vai iluminar quem não merece, ó sol
Vai
Vai aquecer quem não precisa de calor, ó sol
Vai
E como quase ninguém te conhece
Já sabes:
Quando voltares,
Todos adorarão a tua vinda
Flores irão abrir-se p’ra te adorar
Pássaros irão cantar p’ra te alegrar
Eu ficarei aqui,
Só, lúcido, a pensar
E a escrever sobre ti.

MC
(num dia muito cinzento)

3 Comments:

Blogger José Carlos Gomes said...

Estava a ler e a pensar. "Este gajo já meteu aqui mais um poema do Pessoa, versão Álvaro de Campos". Afinal, não, é mesmo teu. Muito bom!

00:02  
Blogger e said...

...ainda a propósito dos extraterrestres: talvez por impulso do meu inconsciente, os primeiros planos que filmei para a minha primeira curta-metragem foram exactamente... na central eléctrica de campo!!!

tens que me contar melhor isso!
um abraço,
j.

02:32  
Blogger MC said...

vagrancy:

Apreciei o que escreveste mas não sei quem tu és, portanto antes de te corrigir, peço-te pra te identificares...
(se não o quiseres fazer, pelo menos dá pistas... :)

:)

22:18  

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