sexta-feira, junho 24, 2005

Homenagem a Eugénio de Andrade

O Eugénio de Andrade nunca foi dos meus poetas preferidos. Lamento ter que o dizer, mas é verdade. Se disser que conhecia três poemas dele acho que já estou a exagerar. Sinto ainda mais vergonha em dizer que só depois do seu desaparecimento me dei ao trabalho de pesquisar a sua biografia, ler e reler algumas partes da sua obra. Nessa pesquisa encontrei um ponto em comum comigo. Uma forte admiração por Fernando Pessoa. Entusiasmei-me. Continuei a estudar o poeta. Notei nos seus versos uma simplicidade invulgar. Admirável. O Eugénio de Andrade construía versos com palavras simples, quotidianas, humildes. Palavras simples que no seu conjunto formam poemas encantadores. Em sua homenagem, deixo aqui um desses poemas:


Na orla do mar,

Na orla do mar,
no rumor do vento,
onde esteve a linha
pura do teu rosto
ou só pensamento
- e mora, secreto,
intenso, solar,
todo o meu desejo -
aí vou colher
a rosa e a palma.
Onde a pedra é flor,
onde o corpo é alma.


Eugénio de Andrade.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

sou sincera...também pouco conhecia dele, mas como tenho amigos "apaixonados" por ele, acabei por o conhecer antes de ele morrer! :)
AH! a frase " a inveja é uma coisa muito feia" escrita na entrada deu a volta à cabeça a toda a gente que nos rodeia! afinal isto das frases é mesmo divertido.
Ass: anónima não anónima ;)

12:12  

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